segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Pé na porta, soco na cara

(Elfo)



Sábado fomos, eu e o trasgo velho de guerra, ao Hangar, assistir o show do Matanza.

Nunca tinha ido lá. Gostei do som, música de boa qualidade. Só um problema: eu me senti meio tiozinho no meio da molecada. A maior parte do pessoal não tinha feito nem baile de debutante ainda. Sem contar que é tudo metaleiro de modinha, não senti firmeza na moçada: ficaram se esfregando feito um bando de emos e tomando água mineral (o cara do bar deve ter vendido só umas 20 cervejas: meia dúzia pra dupla dinâmica aqui e o resto pra uns outros velhotes que inclusive fizeram uma tentativa de vomitar no trasgo).

Todo mundo a caráter: camiseta preta, All-star e calça roubada do subtenente. Gordo-encrenca tinha de monte, gordinha hardcore nem se fala. Tinha até clube de motoqueiro e punk de suspensório (sem camisa, claro) e moicano porco-espinho. De repente, surge no meio do pessoal um sujeito de regata branca, calça jeans apertadinha, botina e chapelão de montar no boi Bandido. E eu e o trasgo pensando "putz, alguém veio na festa errada".

Não é que lá pelas tantas o clone do Marrone subiu no palco e tocou no show de abertura? Louco, louco, louco. O cowboy era metaleiraço!

Sobre o show do Matanza: bom, muito bom. Os caras têm presença de palco e tocam pra caraleo. Ok que lá dentro estava fazendo uns 50 graus —até o Jimmy que é carioca reclamou muito educadamente—, tinha 1000 pessoas onde só cabiam 500 e os metaleirinhos são chegados a tirar a camisa e ficar melecando todo mundo de suor, mas a gente nem ligou.

Duas meninas que juntas não tinham 30 anos deram um showzinho à parte, se esfregando que nem a Cherry Darling no corrimão da escada logo do lado do palco, vagabundagem pura. E lá em cima, no mezanino, numa mesinha VIP cercado de mulherada, o Nicholas —sim, o Nicholas!— parecia o Jabba the Hutt.

Mas o que conta mesmo é a poesia nas letras, pérolas do tipo "bom é quando faz mal", "a minha vida é minha e a sua que se foda" e "tá errado, eu tô fazendo".

Eu e o trasgo tínhamos combinado que tinha que tocar nossas 3 músicas preferidas. E não é que tocaram as três? Interceptor V6, Bom é quando faz mal e Pé na porta soco na cara. Com certeza que voltamos pra casa felizes da vida, ouvindo mais Matanza no iPod.

E ainda batemos um duplo-duplo no Cláudio. Grande Cláudio.