quinta-feira, 16 de março de 2006

Televisão digital
(MT)



Recentemente, quem acompanha as notícias de tecnologia tem ouvido muito sobre TV Digital para cá, TV Digital para lá e sobre o impasse governamental que os nossos ministros estão tendo para decidir sobre o novo formato da Televisão no Brasil.

Mas, o que é a TV Digital?

A televisão digital ou TV digital usa um modo de modulação e compressão digital para enviar vídeo, áudio e sinais de dados aos aparelhos compatíveis com a tecnologia, proporcionando assim transmissão e recepção de maior quantidade de conteúdo por uma mesma freqüência (canal).

Os padrões em operação comercial são capazes de transportar até 19 Mbps. Em termos práticos, isso significa um programa em alta definição, que ocupa 15 Mbps, ou quatro programas em definição padrão, que consomem Media:4 Mbps cada.

Para se ter uma 4Mpbs pode ser aceito como metade da qualidade média de de um DVD. Então podemos ter 4 programas simultâneos com uma qualidade 2x maior de imagem e som que a TV Atual, ou termos 2 programas simultãneos com qualidade de DVD.

Inovações Técnicas da TV Digital:

• Qualidade Técnica de Imagem e Som

* Resolução da imagem - No inicio, Os receptores apresentavam 240 linhas de vídeo. Atualmente, um monitor analógico de boa qualidade apresenta entre 525 e 625 linhas. Na televisão digital de alta definição, chega-se a 1080 linhas com o padrão HDTV.

* Novo formato da imagem - A tela dos monitores digital passará do formato 4:3, típico da TV analógica, para o formato 16:9, mais próximo do formato panorâmico de uma tela de cinema.

* Qualidade do som - A televisão iniciou com som mono (um canal de áudio), evoluiu para o estéreo (dois canais, esquerdo e direito). Com a TV digital, passará para seis canais (padrão utilizado pelos mais sofisticados equipamentos de som e home-theaters).

As linhas que se fala em Resolução de Imagem são aqueles pixels (quadradinhos) na tela da TV. Quanto mais pixels por cm², mais pontos diferentes de luz temos e consequentemente, melhor a resolução final. Os monitores de computadores 17" costumam tem 1280 x 1024 pixels em toda a sua tela.


• Interatividade & Acessibilidade

* Interatividade Local - O conteúdo é transmitido unilateralmente para o receptor de uma só vez. A partir daí, o usuário pode interagir livremente com os dados que ficam armazenados no seu receptor. Um novo fluxo de informações é recebido apenas quando é solicitada uma atualização ou uma nova área do serviço é acessada.

* Facilidades para Gravação de Programas - A introdução de sinais codificados de início e fim de programas facilitará o acionamento automático de videocassetes ou gravadores digitais dos usuários.

* Gravadores Digitais Incluídos nos Receptores ou Conversores - Alguns modelos de aparelhos receptores ou mesmo os conversores poderão incorporar gravadores digitais de alta performance (semelhantes aos discos rígidos utilizados nos computadores) que poderão armazenar muitas horas de gravação e permitir que o usuário escolha a hora de assistir o programa desejado.

* Múltiplas Emissões de Programas - A transmissão de um mesmo programa em horários descontínuos (um filme, por exemplo, iniciando de 15 em 15 minutos) em diversos canais permitirá que o usuário tenha diversas oportunidades para assistir ao programa desejado a num horário escolhido.

Interatividade é o ponto forte e mais interessante da TV Digital. Poder pausar a programação para ir ao banheiro, poder mudar o horário da novela ao bel prazer, poder ver o capítulo de ontem. São recursos que a TV Digital oferece.


Voltando à discussão ministerial, no começo da semana passada, o ministro Hélio Costa disse que divulgaria o padrão de TV digital a ser escolhido pelo país: o americano, o europeu ou o japonês. Na quarta-feira (08/03), o presidente Lula negou que o governo já tenha decidido qual o padrão de TV digital que será adotado pelo Brasil. Até o momento nada foi decidido.

De acordo com assessoria de imprensa do ministério, os ministros do Comitê de Desenvolvimento, Antônio Palocci (Fazenda), Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Hélio Costa (Comunicações) ainda devem avaliar mais os três padrões.

Mas qual a diferença entre eles?

• ISDB é o acrônimo de Integrated Service Digital Broadcasting.

É o padrão japonês de TV Digital, apontado como o mais flexível de todos por responder melhor a necessidades de mobilidade e portabilidade. Vem sendo desenvolvido desde a década de 70 pelo laboratório de pesquisa da rede de TV NHK. No Brasil, foi eleito o melhor nos testes técnicos comparativos conduzidos por um grupo de trabalho da Sociedade Brasileira de Engenharia de Televisão (SET) e da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), ratificados pela Fundação CPqD.

Entrou em operação comercial na região de Tóquio em 2003. Possui um mercado de 100 milhões de televisores. Porém, não é o mais eficaz para recepção móvel e portátil - o DVB-H, por exemplo, possibilita uma redução no consumo de bateria dos dispositívos móveis (celulares, PDAs, etc) que não está presente no ISDB-T.


• DVB é a sigla de Digital Video Broadcasting

Conhecido como padrão europeu de TV Digital, foi projetado a partir dos anos 80 pelo consórcio que hoje possui 250 integrantes de 15 países. Desde 1998, está em operação no Reino Unido, tendo chegado a outros quatro países da União Européia e à Austrália. Está previsto para ser implantado na Índia, na Nova Zelândia e cerca de outros 20 países. Detém um mercado atual de 270 milhões de receptores.

Trabalha com conteúdo audiovisual nas três configurações de qualidade de imagem: HDTV (1080 linhas), EDTV (480 linhas) e SDTV (480 linhas). Nas duas últimas configurações, permite a transmissão simultânea de mais de um programa por canal, permitindo uma média de 4. No início de sua implantação, apresentou dificuldades de recepção na Inglaterra, sendo sujeito à interferência de ruídos de eletrodomésticos ou motores.

É o padrão adotado pelas principais operadoras privadas de TV por assinatura por satélite.


• ATSC, sigla de Advanced Television System Committee

É o padrão norte-americano de TV Digital, desenvolvido a partir de 1987 por um grupo de 58 indústrias de equipamentos eletroeletrônicos. Desde outubro de 98, está em operação comercial nos Estados Unidos. Foi implantado também no Canadá e na Coréia do Sul. Tem um mercado atual de 267 milhões de televisores.

Seu desenvolvimento foi pensado para operar com conteúdo audiovisual em alta definição (HDTV). A opção do consórcio ATSC garante a melhor resolução de imagem possível. Ao mesmo tempo, restringe a capacidade de transmissão a um só programa por canal.


Então fica o empasse. O sistema americano já está (praticamente) fora da disputa. O governo já declarou várias vezes sua preferência pelo padrão Japônes, mas há Empresas como a Siemens que são contrárias ao padrão nipônico.

Este jogo de empurra-empurra está acontecendo porque, qualquer que seja o padrão escolhido, as indústria de televisores internas terão o "apadrinhamento" e receberão tecnologia de fora.

O grupo japonês promete não fornecer apenas a tecnologia de fabricação de aparelhagem, nas também tecnologia de broadcasting (transmissão) e etc.

E as TVs comuns, como ficam nessa?

Bem, os televisores comuns não serão capazes de trabalhar com sinal digital. Estima-se que o governo irá obrigar as emissoras a manter os dois sinais durante, pelo menos, 8 anos para só então poder transmitir apenas digitalmente.

Uma solução provisória será a instalação de decodificadores, construídos para tal. Mas eles não terão os recursos e nem a qualidade dos aparelhos digitais. Sem contar o preço.

A minha dica é: Vai comprar uma TV agora? Pode esperar por 1, 2 anos? Se puder, espere.

Fonte: Wikipedia ; IDG Now!